Final de tarde, um caminhão parado na porta da minha casa. Meu pai, meus irmãos mais velhos e outras pessoas colocando os “bregueços” em cima do carro. Eu nem sabia, mas estava me mudando para a cidade. Tudo bem, já conhecia a cidade para onde eu estava indo morar, morei com irmão e sua esposa no ano anterior.
Minha mãe queria muito que meus irmãos e eu estudássemos. 01 de janeiro de 1977 minhas duas irmãs e eu ingressávamos na escola como minha mãe desejava. Estava na Escola Centro de Educação Integrado Luiz Viana Filho, mas vivenciei a construção das primeiras paredes da Escola Odete Nunes Dourado. Um dos meus irmãos trabalhou lá como pedreiro.
Eu nem imagina qual importância teria esta escola, porém hoje é um lugar que faz parte da minha vida. O tempo passava lentamente, seguindo seu percurso natural e terminava a 8ª série do ensino fundamental em 1980. No ano seguinte me casei e continuava estudando até conseguir chegar ao final do curso de magistério.
Em 1982 nascia minha filha Samara, em 1985, nasceu meu segundo filho, Hebert, em 1991, nasce meu terceiro filho, Helber. (sendo eles a razão da minha persistência em continuar lutando).
O pior ano da minha vida, 1996, me divorciei, perdi meus pais com diferença de três meses de um para o outro. Tudo começou melhorar quando me ingressei na Escola Odete Nunes Dourado, como professora, tendo com disciplina A Educação do Lar, isso em 1997.
Sonhar faz bem e alimenta a alma. Voltei a sonhar quando, aqui em Irecê, chegava a UNEB - Universidade Estadual da Bahia, trazendo o curso de pedagogia e mais tarde trouxe o Curso de Letras. Enquanto esperava entrar na faculdade, eu fazia o estudo dos PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais, publicado pelo MEC. Enquanto na minha vida as coisas tomavam um novo rumo, o mundo entrava em choque.
Foi numa manhã do dia onze de setembro de 2001 por volta das 10:30hr as 11hr. Estava sentada no tapete da minha sala estudando os objetivos gerais da geografia para serem discutidos à tarde no grupo de estudo dos PCNs, quando de repente o programa da tv é interrompido pela triste notícia sobre o ataque terrorista às Torres Gêmeas, organizado pela a Al-Qaeda. Foi um dia de bastante tristeza e muita angústia, pois o número de mortos não se sabia onde chegaria.
Em 2003 outro sonho começava a nascer, com a implementação e a implantação do projeto Irecê UFBA/FACED. Cheguei a participar daquelas oficinas de produção do memorial na esperança que houvesse uma nova turma depois do concurso, realizado pela FACED/IRECÊ. Eu estava muito cheia de esperança, esperança esta que perdurou por quatro longos anos, mas enfim chegou para minha alegria e de muita gente.
Em 2004 acontece o concurso para professores da Rede Municipal de Irecê. Eu pensava: agora é minha vez! pois até então eu simplesmente era uma funcionária contratada. No dia primeiro de janeiro de dois mil e quatro eu fazia este concurso, tive um resultado feliz. Ainda nesse mesmo ano sou nomeada.
E a segunda turma do curso de pedagogia da UFBA/FACED? O tempo passava e esperança muitas vezes ficava pouca, depois eu já não acreditava muito. Em 2008, precisamente nos dias:03, 04 e 05 de julho finalmente, eu me encontrava numa sala da Escola Tenente Wilson, em Irecê, passando pela seleção para o curso de pedagogia da UFBA/FACED. Foi um dia muito feliz. Esperei quatro anos por esse curso, o qual, tenho certeza que só vai acrescentar na minha vida profissional, pessoal e sentimental, como no presente momento, acabo de fazer este texto, com muitas lacunas a serem preenchidas ao longo do curso.